A empresa Starlink, uma subsidiária da SpaceX de Elon Musk, o mesmo dono da tesla, está se preparando para oferecer o serviço de internet via satélite aqui no Brasil. Inclusive, já está com um pedido de autorização submetido a ANATEL e com um site para reservas para os possíveis interessados. Mas você sabe como funcionam os satélites starlink e também quanto deverá custar o kit e as mensalidades?
O projeto Starlink iniciou em 2015 e enviou os primeiros satélites para o espaço em 2018. Nestes 3 anos de envio 1.560 já estão em órbita, a maioria já em operação. O que permitiu inclusive, o início dos testes beta nos Estados Unidos, Reino Unido e Canada. E em breve começaram a operar também aqui no Brasil também. Hoje já são mais de 10 mil clientes, mas pretendem chegar a marca dos 5 milhões.
Com um planejamento e autorização pela FCC (EUA) para 12 mil satélites starlink numa primeira fase, pretende chegar a mais de 42 mil no intervalo de mais de uma década. Assim, criando uma nova constelação nos céus. Uma constelação de satélites.
Esses satélites pesando aproximadamente 227 kg cada um são enviados até uma altitude média de 400 km de altitude por meio dos foguetes Falcon 9. Depois, utilizando propulsão própria, como que na forma de um “trenzinho”, esses satélites Starlilnk são posicionados a uma altura de aproximadamente 550 km para entrarem em operação. Cada foguete Falcon 9 leva 60 satélites Starlink por missão. Até agora, maio de 2021, 1.560 satélites já estão em órbita. 1.320 já estão operando. E com 1.680 já será possível oferecer total conectividade global.
Após completar a primeira fase, outras camadas de satélites a 384 km e 1.200 km de altitude serão criadas. A fim de comparação, hoje existe algo em torno de 2.300 outros satélites. Assim, só nessa primeira fase a Starlink já terá 6x mais satélites operando do que todos os outros juntos. E se aprovada a autorização para os 42.000 desejados, sozinha terá quase 20 vezes mais.
Um outro grande diferencial deste projeto, quando comparado com os satélites que hoje fornecem internet, é a latência. Ou seja, o tempo de resposta. Isso porque são satélites geoestacionários (que levam 23h54m06s para dar uma volta completa, pois sempre estão no mesma posição e rodam junto com a terra) estão a 35 mil Km de altitude. E assim, a latência fica na casa dos 500 a 600 milissegundos. O que pode inviabilizar jogos online e conferências. Já os da Starlink respondem entre 20 a 40 ms, já que estão muito mais próximos do planeta.
Uma vez posicionados a uma altitude de 550 km, estes satélites se movimentarão rapidamente em relação aos pontos fixos na terra. Assim, o tempo de “visada” de cada satélite pelas antenas terrestres será de apenas alguns minutos. Em outras palavras, o tempo que a antena “vê” o satélite. Por isso a necessidade da rede destes milhares de satélites a fim de proporcionarem uma internet rápida e estável em qualquer parte do planeta. Seja nos grandes centros, florestas, desertos ou ainda em mar aberto.
Esses satélites formam uma rede entre si, e se comunicam com as antenas dos usuários e também com os seus data centers. Assim, provendo internet em qualquer lugar.
Depois de começar a operar em fase de teste nos Estados Unidos e Canada, o provedor de internet via satélite Starlink já se prepara para desembarcar no Brasil. Ou melhor, vender seus serviços por aqui.
Ainda no final de dezembro de 2020 a companhia do bilionário Elon Musk, também dono da Tesla e SpaceX, registrou sua subsidiária por aqui. A Starlink Brazil Serviços de Internet Ltda. Sua atividade econômica principal de “Telecomunicações por satélite” e capital social de R$ 800.000. No quadro societário um Brasileiro e uma Holding cujo sócio é uma pessoa jurídica no exterior.
E em 07 de maio de 2021, a empresa entrou com um requerimento pedindo autorização para a ANATEL para explorar internet por aqui por meio de satélites estrangeiros. Este pedido foi anexado no sistema de processos da agência em sigilo, mas na última semana (13/05), foi tornado público depois que uma funcionária anexou ao processo uma lista de verificações. Oficialmente ainda não foi liberado pela ANATEL, pois há pendencias que precisam ser atendidas.
Embora ainda não tenha sido permitida sua comercialização no Brasil, já estão sendo aceitos pedidos de reserva. A SpaceX promete que até o final de 2021 o Brasil passará a ser atendido por internet banda larga com velocidade de download variando entre 50 Mb/s a 150 Mb/s, e latência entre 20 ms a 40 ms.
Mas para fazer a reserva os interessados precisam pagar uma taxa de U$99 (dólares) para reserva. E depois quando disponibilizado o serviço, será necessário comprar um kit com antena e roteador ao custo de U$499 (dólares). E quanto a mensalidade, serão necessários desembolsar outros US$99 dólares mensais pelo serviço.
Em conversão direta, alto em torno de R$580 na cotação atual. Caro? Se compararmos que nos grandes centros é possível ter acesso a mesma velocidade de 150 Mb/s via fibra óptica em média por R$149, então é muito caro. Mas, tudo isso é relativo.
Certamente para grandes centros este é um valor inviável. Mas, agora imaginem em áreas isoladas. Como na floresta amazônica, em mar aberto, ou mesmo em fazendas muito afastadas das cidades. Para essas regiões afastadas, é muito atraente. Pois além de mais barato, também oferece maiores velocidades do que outros serviços hoje oferecidos.
Se você se interessou e quer fazer sua pré-reserva desembolsando os US$99, o link para isso é o seguinte:
Ao acessar esse site, você irá digitar o endereço. Por exemplo, “Rua Um, Jordão, Acre – Brasil”. Um das cidades mais isoladas do Brasil. E em seguida, será direcionado para uma página de compra, onde será inserido seus dados pessoais, e efetuado o pagamento de US$99 pela reserva.
E você, o que pensa deste novo serviço da SpaceX? Tem interesse em adquirí-lo?
Assista este conteúdo também em vídeo: https://youtu.be/JDc1_CixCCw
Texto também publicado nos Portais www.lerunica.com.br e www.portal49.com.br
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[…] algumas semanas publiquei aqui neste mesmo espaço que a Starlink já estava aceitando pré-reservas para o seu serviço de internet via satélite. Posteriormente aquele posto, ela recebeu a […]
[…] algumas semanas publiquei aqui neste mesmo espaço que a Starlink já estava aceitando pré-reservas para o seu serviço de internet via satélite. Posteriormente aquele posto, ela recebeu a […]