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19 de março de 2020
Mulheres na tecnologia? Sim, é claro! Por que não?
No último domingo, 8 de março, foi comemorado o Dia Internacional da Mulher, uma data instituida pela Organização das Nações Unidas (ONU) em 1975. Contudo, algumas versões apontam a origem desta comemoração como sendo do início do século XX, quando manifestações começaram a ser organizadas pela igualdade dos direitos civis e pelo voto feminino, dentre outras revindicações. Outras já citam incêndios à fábricas, também no início do século passado, onde morreram na sua maioria mulheres. Um exemplo real é o incêndio na fábrica da Triangle Shirtwaist, Nova York, em 25 de março de 1911, onde mais de uma centena de mulheres foram carbonizadas. Há algumas referências inclusive, do século XIX ou até antes. Contudo, não existe uma concordância exata da origem desta. Todavia, em pleno século XXI a origem tem menos importância do que a pautas reais e contemporâneas.
Antes de mais nada, independente de haver ou não um fato real que deu origem a esta data, o que importa é que ela é carregada de um simbolismo muito forte que deve ser respeitado e evidenciado 365 dias por ano.
Revindicações
São muitas as revindicações apontadas desde que a data oficialmente passou a ser comemorada. Nem me atrevo a tentar enumerá-las aqui pois com certeza deixarei muitas lacunas não preenchidas. Ademais, o que para alguns pode ser uma reivindicação pura e legítima, para outros pode soar como superficialidade. Contudo, quero destacar apenas uma (adaptada) que surge em todos os momentos:
“lugar de mulher é onde ela quiser […], inclusive na tecnologia”!
Presença das mulheres nas Universidades e Escolas Técnicas
Segundo o MEC as mulheres já são a maioria nos cursos de graduação, profissionalizantes, além dos cursos de formação inicial e continuada. Segundo Censo 2017 elas já são a maioria tanto no ingresso, quanto nas matrículas e concluintes. Contudo, o que se observa é uma predominância expressiva das mulheres em cursos de licenciatura, onde elas ultrapassam os 70% de matrículas.
Ainda segundo o MEC, não apenas elas são a maioria nas faculdades como também apresentam uma trajetória educacional mais exitosa na educação básica (fundamental e médio), mesmo com o ingresso nas séries iniciais apresentando um equilíbrio de acesso entre meninos e meninas, segundo dados do Censo da Educação Básica 2019.
Mulheres na Tecnologia
Embora historicamente sempre houveram áreas e profissões estigmatizadas como sendo masculinas, gradativamente tem-se observado movimentos para “quebrar” esta regra. Assim tem sido com o ingresso cada vez maior de mulheres em cursos das áreas de exatas e também de mulheres em áreas tecnológicas no geral. Embora, muito menos que se poderia ser.
Ainda que quando se fala em “tecnologia” o que primeiro vem na mente sejam computadores e smartphones, ela é muito mais ampla do que isso. Não só programação de computadores, como também pesquisas científicas e muito mais.
Mudanças lentas, mas gradativas
Por mais que ao longo dos milênios a mulher já tivera mais ou menos participação, e inclusive em algumas culturas até mesmo mais status do que os homens, a partir da idade média isso mudou significativamente em quase todas as partes do planeta. Só bem recentemente nas últimas décadas muitas nações “voltaram permitir” a igualdade de gênero, mas não sem lutas. Embora a igualdade esteja nas leis civis de muitos países, infelizmente na prática ainda não é o que se observa em muitas regiões, inclusive aqui no Brasil.
Uma vez que este texto não tem pretensão de estressar o assunto, tenho ciência que que muitos leitores irão afirmar que ainda há muito por fazer, o que estarão corretos. Por outro lado, haverão outros que dirão que há muito exagero e até mesmo “forçação de barra” em alguns momento, o que também terão razão.
Assim, não trago respostas e muito menos uma revisão histórica sobre o assunto. Mas sim, uma única provocação: “lugar de mulher é onde ela quiser, inclusive na tecnologia”. E para que isso seja possível cabe a nós Pais de meninas fornecer condições para que elas construam suas carreiras, sejam elas quais forem, com base em suas aptidões pessoais e que lhes traga maior satisfação pessoal e profissional. Ou seja, mulheres na tecnologia, nas áreas humanas, nas ciências em geral, ou até mesmo em casa, onde elas quiserem.
Vivemos em um país livre (ou pelo menos pensamos). E assim deve continuar sendo.
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