Na última coluna escrevemos sobre o retorno às aulas dos milhares de alunos das redes pública e privada na Educação Fundamental e no Ensino Médio, onde foi deixado algumas dicas para que os Pais possam acompanhar a vida escolar de seus filhos durante este ano letivo que acaba de iniciar (veja aqui).
Nestas próximas semanas é a vez de centenas de alunos universitários retornarem às aulas ou iniciar um novo curso superior e outros tantos começam suas formações profissionais por meio de cursos técnicos. E você o que anda fazendo? “[…] dando milho aos pombos […]”? Opa, digo, está aí sem saber o que fazer? Brincadeiras à parte, o propósito deste “trocadilho” é para lembrar que o mercado de trabalho está cada vez mais exigente e que a formação e principalmente a qualificação profissional passam a ser imprescindíveis na construção de uma carreira sólida e duradoura. Então, cada ano perdido vai lhe tirando a sua competitividade profissional.
Neste contexto, é muito comum encontrar nos egressos do ensino médio uma dúvida frequente em relação a qual carreira seguir, e para tal, qual curso ingressar. Na atual conjuntura econômica e das novas relações do trabalho a nível mundial, não é possível afirmar que uma modalidade ou outra de ensino seja a melhor, por isso recorrentemente tenho escrito e defendido que a escolha inicialmente deva recair sobre um Curso Técnico e em seguida continuar o seu itinerário formativo com o ingresso em um Curso Superior.
No Brasil, bem como em outros países em desenvolvimento, há um certo preconceito centenário em relação a fazer um Curso Técnico, pois vivemos o que alguns definem como sendo a “síndrome do bacharelismo”. Isso nada mais é do que apenas visualizar a faculdade como uma opção e não considerar todas as outras possibilidades existentes. Os números mostram que enquanto temos mais de 8,3 milhões de matrículas anuais em cursos superiores, não chegamos nem mesmo a 1,8 milhões de matrículas em Cursos Técnico. E se formos considerar ainda os jovens que cursam concomitantemente uma formação profissional com o ensino médio, não chegamos nem a 10% destes, enquanto em muitos países europeus a média é superior a 50% neste público.
Este comportamento gera algumas consequências como:
Por fim, quero deixar bem claro que não sou contra o ingresso direto em uma faculdade, mas sim, apenas trazer para reflexão que além desta modalidade existem outras opções que devem ser consideradas também como um Curso Técnico ou até mesmo Cursos de Curta Duração.
O que não pode, é deixar de ser um “aprendedor”.
Acesso e Duração
O requisito de acesso ao um Curso Técnico é que o aluno esteja pelo menos no 2º ano do ensino médio ou já ter concluído o mesmo, já para um curso superior é necessário o ensino médio completo. Quanto a qualidade dos cursos, em ambos os casos formam profissionais competentes para suas áreas, contudo, no primeiro caso por ser de menor duração (em média 1,5 a 2 anos) são mais focados e direcionados para uma área específica, enquanto os cursos superiores mais longos (de 3 a 5 anos) formam profissionais mais generalistas e com uma visão mais ampla e transversal sobre várias áreas.
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Publicado originalmente no Jornal Notisul de Tubarão – SC em 28fev19.