Starlink – um nova constelação nos céus
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9 de abril de 2020Internet e o isolamento social. Em tempos de quarentena por conta da pandemia do coronavírus, muitos tem conseguido estudar e trabalhar graças a internet. Mas e você, já parou para refletir como será o futuro depois que tudo isso passar? será que voltaremos ao “normal” ou migraremos para um novo patamar onde o digital ganhará mais presença e relevância na vida das pessoas? E ai, será que isso será bom? Ou mais prejudicial ainda?
Internet – porque precisamos dela hoje
Antes de mais nada, uma pergunta: O que é a internet? Antes que você me responda que hoje representa home office, ensino a distancia, casa inteligente, BigData, e-commerce, e outras aplicações profissionais, permita-me complementar o questionamento:
— o que é a internet para a “tia do WhatsApp”, para os garotos que desejam afirmação e reconhecimento, para as famílias que os seus entes moram distantes entre si, e para aquele garoto sedento por conhecer o mundo?
Para eles a internet é comunicação, é inclusão, é tribo, é conhecimento!
Para entender um pouco mais estas necessidades, precisamos voltar um pouquinho no tempo. Alguns milhares de anos. Na verdade para quando o homem começou a viver em tribos por volta de 40 mil anos atrás, lá na idade da pedra lançada. Naquela época, viver em uma comunidade poderia ser a única oportunidade de sobreviver, visto que fora dela, você estaria sozinho contra o mundo, contra as desfavoridades climáticas, animais ferozes e ate mesmo contra outros caçadores que o veriam como um oponente tentando roubar sua comida. Então, podemos dizer que desde aquela época o ser humano já procurava encontrar a sua tribo. Buscava e continua buscando a inclusão e o reconhecimento.
E quando falamos em comunicação, nosso túnel do tempo agora nos leva para mais ou menos 8.000 anos A.C., quando as primeiras gravuras foram feitas nas caverna, e então de lá para aproximadamente 3.100 anos A.C. quando os hieróglifos egípcios são criados. No mesmo Egito por volta de 2.400 A.C. tem-se registro dos primeiros mensageiros que eram enviados pelos Faraós para entregar os seus decretos por todo estado.Naquele tempo essa escritas eram feitas em tábuas de argila ou cera, e mais tarde em papiros. Assim, surge o início dos serviços postais.
Já no século XV outra grande revolução acontecera com a criação da tipografia por Johann Gutenberg, e assim as impressões de livros passaram a ser muito mais rápidas e baratas, tornando os acessíveis para muito mais pessoas do que foram até então. Estamos falando do registro de conhecimento, e história, antes restrito, agora um pouco mais acessível, pelo menos para quem sabe ler e mais importante, entender.
Internet e a necessidade do homem se comunicar
Só que apenas escrever para registrar não sacia o homem, é preciso comunicar, e também se comunicar. No Brasil o envio da primeira correspondência ocorreu ainda durante o descobrimento. Quando da chegada das caravelas de Pedro Alvares Cabral, Pero Vaz de Caminha escreveu a primeira carta a partir do solo Brasileiro para o Rei de Portugal anunciando a descoberta. Pelo menos assim conta a história “romantizada” que conhecemos.
A humanidade continuou buscando a comunicação entre as pessoas e nações, e se possível, cada vez mais rápido. Na época das caravelas uma correspondência poderia levar meses para chegar ao seu destino. Isso era o normal e o esperado. Mas em 03 de Abril de 1860 começou a operar um serviço “revolucionário” nos EUA, o Pony Express, que era capaz de levar uma correspondência do Leste para o Oeste em “apenas 10 dias”. Durou pouco, é verdade. Pois logo foi substituída pelas linhas dos telégrafos transcontinentais. Só um comentário, uma carta em 10 dias passando por montanhas, terras selvagens, vales e rios, mais de 3.000 km no lombo de cavalos até chegar no velho oeste, isso há 160 anos! Hoje nossos correios a depender da época e região, leva mais do que isso viajando de avião / caminhão e moto. Só uma reflexão…
Comunicação digital
Nosso túnel do tempo continua avançando e agora chegamos ao século XX, onde com a criação das primeiras redes de computadores surgiu o percursor do que hoje conhecemos como email. Em 1971 Ray Tomlinson criou um protocolo que permitia o envio de mensagens de um computador para outro utilizado o @ para diferenciar o nome do usuário do nome da rede destinatária. Uma revolução, pois em segundos sua mensagem estava no destinatário final o qual ao lê-la, poderia respondê-la em seguida, se assim quisesse. Desde então, surgiram inúmeros aplicativos de comunicação instantânea. Muitos já padeceram, outros tantos ainda sobrevivem mas agora disputando espaço com um dos mais recentes e famoso: o WhatsApp. Este, por sua vez, já substituiu quase completamente o telefone tradicional só que oferecendo muito mais recursos. Mas nem tudo são flores, pois junto com eles veio a #ansiedade. Isto porque ao enviar uma mensagem a maioria das pessoas espera o retorno imediato da resposta. Sem contar que, com a facilidade de criar e encaminhar mensagens, a proliferação de fake news e memes ganharam um terreno muito fértil para sua propagação.
Internet – uma breve história
A historia da grande rede de computadores, resumidamente, pode ser definida como iniciada por volta da década de 1960/70, quando as primeiras redes de comunicação de computadores começaram a ser criadas. Outro marco foi a padronização do “internet protocol suite (TCP/IP), assim criando um conceito de uma rede totalmente interligada que passou a ser denominado de internet.
Até então estas redes que interligavam outras micro redes eram praticamente só para uso de pesquisa e ensino, e foi somente no final da década de 1980 e início de 90 que que a liberação ao acesso comercial começa a ocorrer.
Desde então, seja por acesso discado, por cabos coaxiais, rádio, cabos telefônicos, fibra óptica ou satélite, ela se espalho para todos os cantos do planeta e já iniciou uma revolução silenciosa, bem que as vezes não tão silenciosa assim.
Tem influenciado a cultura dos povos, eleições, a forma de fazer compras e se divertir e se relacionar. Já mudou a forma de se comunicar, de consumir noticias e conteúdos multimídia, de estudar e trabalhar.
E olha que estamos vivendo só os primeiros anos e poderíamos inclusive afirmar que, o que temos hoje são equipamentos arcaicos e bem limitado se comparar onde podemos chegar, se é que a humanidade vai conseguir permanecer na terra por mais algumas décadas.
Inclusive a própria forma de acesso deve mudar muito nos próximos anos, pois dentre muitos projetos um ganha destaque: o Starlink. A SpaceX de Elon Musk, o mesmo dodo da Tesla Motors, prevê lançar uma constelação de até 42.000 satélites par prover internet literalmente em qualquer parte do planeta.
Internet e o isolamento social
Retornando ao presente, final de março / início de abril de 2020, vemos um mundo inteiro praticamente parado devido a pandemia do coronavírus que assola todo o planeta. Fronteiras fechada, fábricas paradas, lojas com as portas cerradas. Escolas sem aulas presenciais, obrigando a bilhões de alunos buscar outros meios de manter seu aprendizado. E com a imposição do isolamento social, milhões de trabalhadores tendo que aderir forçosamente ao home office para manter suas atividades profissionais. É justamente a internet que possibilidade saciar, em partes, a necessidade do homem se comunicar e se fazer “presente” em sua tribo virtual, de manter os estudos e até mesmo trabalhar.
Só uma explicação para você que talvez esteja lendo este texto daqui há alguns anos. Hoje estamos no mês de abril de 2020, durante a quarentena obrigatória por conta da rápida disseminação do coronavírus por todo o planeta. Nem durante as grandes guerras se presenciou o fechamento de fronteiras da maioria dos países em todos os continentes, e inclusive o transito urbano e interestadual estão proibidos na maioria das cidades e estados brasileiros, bem como em muitos outros países.
A internet para o isolamento social e distanciamento das pessoas
Esta situação forçou escolas manter suas atividades por plataformas digitais (EaD) e empresas dispensarem seus funcionários de irem até as mesmas, e trabalharem em home office. Sem contar ainda, que a cada instante ouvimos que deve-se manter uma distancia entre as pessoas de pelo menos 1,5 metros, não formar aglomerações, happy hours e festas estão proibidos. Ou seja, vida social completamente parada. Não bastasse estudar e trabalhar a distância, agora os almoços de domingo também são virtuais.
Em suma: os governos estão criando artifícios, até sob pena de punição para quem não o fizer, para manter as pessoas longe uma das outras. Evitar contato físico a todo custo até mesmo com seus familiares, com sua Mãe, seu Pai e seus irmãos. Privar os netos de ver os avós.
Para alguns esta situação está sendo estressante e tediosa ao máximo. De tal forma que alguns até estão adoecendo por falta de convivência. Entretanto, quem já fazia do mundo digital o “seu mundo” talvez esteja só sentindo falta de poder sair livremente de suas casas, mas não do contato físico.
A internet e o fim do isolamento social
Seja como for, algum dia isso tudo irá passar. Ou porque aprenderemos a conviver com este novo patógeno, porque todos já terão sido infectados e terão seus anticorpos, ou na melhor das hipóteses, teremos uma vacina.
De fato uma coisa é certa, a humanidade nunca mais será a mesma. Esta adesão acelerada da tecnologia fará com que o digital seja incorporado nas escolas, no trabalho e na vida das pessoas num tempo extremamente curto. É provável que o avanço esperado para décadas seja atingido em questão de semanas.
Então, por fim, uma reflexão: Como você pretende sair deste momento? Mais digital, mais adepto ao ensino e trabalho remoto? Se sim, que ótimo. Mas na questão pessoal? Votará a se relacionar presencialmente e o mais importante, de forma próxima com estranhos e até mesmo conhecidos?
É certo que o normal não será mais como antes. Mas, nem por isso as relações humanas poderão ser preteridas em relação as digitais. Depois disso tudo a internet deve ser utilizada para diminuir o isolamento social, não mantê-lo.
Cuidados, higiene e prevenção sim. Agora, continuar substituindo um aperto de mãos ou abraço por um emoji, só agora durante a quarentena. Pense nisso. E não se esqueça: sempre lave bem as mãos.
Ouça este texto na forma de podcast. Disponível em: https://anchor.fm/fernandopitt
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