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19 de abril de 2022Falar que há um foguete descontrolado parece Djavú. Mas é isso mesmo. Atualmente, há mais um resto de foguete descontrolado que vai cair. Desta vez estamos falando de um Falcon 9 da SpaceX. E o destino? Face oculta da Lua. Data? 04 de março de 2022. Ou seja, vai acontecer mas não veremos.
Alguns poderão dizer que é o fim dos tempos. E por analogia, outros poderão entrar em desespero.
Mas a verdade é que com tantos restos de foguetes em órbita desde o primeiro lançamento do satélite Sputnik-1 em 1957, além de satélites desativados, é impossível mantê-los todos em órbita sem que algum resolva “cair”. Usando o termo técnico adequado, reentrar na atmosfera. Ou mesmo se chocar com a Lua como é o caso. E em alguns casos, ganhar energia suficiente ao passar pela terra ou lua e ser lançado em direção do Sol.
Falcon 9 vai atingir a Lua
No passado a Lua já foi alvo de outros impactos propositais. Especialmente de sondas que tiveram o objetivo de estudar nosso satélite natural. Mas até onde se sabe, este será o primeiro impacto não intencionado de lixo espacial.
Será o estágio superior de um Foguete Falcon 9 da Space X que lançou em Fevereiro de 2015 o Deep Space Climate Observatory no espaço. O DSCOVR mantém os recursos de monitoramento do vento solar em tempo real que são críticos para a precisão e o tempo de espera dos alertas e previsões do clima espacial da NOAA. Este satélite de monitoramento está “ancorado” no chamado ponto de Lagrange 1 que fica entre o Sol e a Terra. Como pode ser observado na ilustração da própria NASA:
Voltando para o foguete “descontrolado”. Este detrito que está no espaço desde 2015, fez um sobrevoo próximo da lua em 5 de janeiro de 2022. E com base nos dados coletados nesta passagem, os cientistas puderam identificar sua órbita e determinar o local do impacto. Será na cratera Hertzsprung. A Data estimada é de 4 de março aproximadamente às 12:25 UTC (9:25 hora de Brasília). E embora a velocidade de impacto vai estar na casa dos 9.300 km/h (2,58 km/s), os efeitos esperado serão mínimos. Não devem passar de uma pequena e nova cratera. Isto porque, o corpo do foguete tem uma massa aproximada de apenas 4 toneladas.
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Foguete Abandonado
Neste ponto você pode estar se perguntando. Mas porque este corpo de quase 4 toneladas de um foguete Falcon 9 estava orbitando de forma caótica? Já que a maioria do lixo espacial é deixado intencionalmente em órbita controlada? Ou mesmo programado para reentrar e cair no mar?
Como explicado acima, ele foi o responsável por levar o DSCOVR até o ponto de Lagrange 1, distante aproximadamente 1 milhão de milhas da terra. Algo em trono de 1,5 milhão de quilômetros. E depois de uma viagem tão longa como esta, ele ficou literalmente sem combustível para retornar ou entrar em uma órbita controlada.
Resultado? Foi abandonado no espaço. E a menos que um corpo celeste esteja posicionado nos pontos de Lagrange, onde a velocidade angular é a mesma da terra em relação ao sol, estes objetos estarão sujeitos aos efeitos gravitacionais da Terra, Lua e do Sol.
E assim, ficarão orbitando de forma caótica e inesperadamente, poderão entrar em rota de colisão ou mesmo reentrada em algum planeta. Como no caso a proximidade maior é da Terra e da Lua, e nestes corpos celestes que eles podem “cair”. Ou ainda, ser lançado em direção ao Sol.
Cientistas estão animados com o impacto do Falcon 9
Por mais estranho que possa parecer, os cientistas estão animados com o impacto do Falcon 9 com a Lua. Isso porque, como dito, não será o primeiro a se chocar com nosso satélite natural. Inúmeras outras sondas e até mesmo foguetes já foram impulsionados contra a superfície lunar propositalmente.
E a importância é que eventos como esse possibilitam obter dados inéditos sob diversos aspectos. Como por exemplo, o comportamento sísmico do impacto. E além disso, a onda de poeira pós impacto poderá revelar a composição do solo lunar. Informações estas muito importantes e desejadas, ainda mais quando considera-se que há a intenção da instalação de uma colônia lunar nos próximos anos.
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Perigos de uma órbita descontrolada
Embora haja os riscos reais destes restos de lançamentos, hoje considerados lixo espacial, “caírem” (reentrarem” na atmosfera terrestre), os danos potenciais são mínimos. Isto porque a maioria acaba entrando em combustão e acaba se deteriorando completamente antes de entrar em contato com a superfície.
Um exemplo é o foguete Chinês, Long March 5b, cujo destroço media 30 metros de comprimento por 5,5 de largura, e pesava mais de 21 toneladas, ao reentrar foi todo consumido em combustão. E o restante dos detritos caiu sobre o mar. E ainda, as chances reais de algum destroço que por ventura resista a reentrada a atingir uma pessoa, é de menos do que 1 para 1 trilhão. Ou seja, é milhares de vezes mais fácil ganhar na Mega Sena do que receber um pedaço de destroço espacial na cabeça.
Contudo, há um outro risco muito maior e real. O destes detritos e lixo espacial atingir outros satélites em operação e mesmo a própria Estação Espacial Internacional. A qual frequentemente necessita fazer manobras evasivas.
A saber, a quantidade de lixo espacial só aumenta a cada novo lançamento. Assim como ainda está em órbita restos do lançamento e também o próprio satélite Vanguard 1. Ele foi o quarto satélite lançado pelos Estados Unidos, e atualmente é o mais antigo satélite que ainda permanece orbitando a Terra. Tanto a órbita deste satélite desativado quando dos restos do seu lançamento podem ser rastreados utilizando o site stuff.in.sapce.
Seja como for, devemos começar a nos acostumar com este tipo de notícia, pois tendem a se tornar rotineiras.
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Relembre a reentrada do Foguete Chines em Maio de 2021
Sites citados no texto
https://solarsystem.nasa.gov/missions/DSCOVR/in-depth/
https://www.nesdis.noaa.gov/news/dscovr-space-weather-data-now-available
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