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30 de setembro de 2019
Enquanto escrevo este texto acompanho pela mídia a discussão no Senado Federal sobre a “tão polêmica” reforma da previdência, e espero que quando da publicação deste já tenhamos uma nova lei efetivamente vigorando. Não quero entrar nos pormenores da proposta, e muito menos discutir ideologicamente se ela é boa ou ruim, se necessária ou não, ou se irá prejudicar mais os pobres ou os ricos. Mas de uma coisa podemos ter certeza, independente do texto final nós iremos pagar uma conta muito alta por esta revisão não ter ocorrido há décadas atrás, e mesmo assim, talvez seja insuficiente para garantir a sustentabilidade e a sobrevivência do sistema previdenciário para nossos filhos, que poderão tentar se “aposentar” daqui a 60 / 70 anos.
Infelizmente parte da grande mídia de âmbito nacional e muitos formadores de opiniões, além dos partidos da oposição e muitos sindicatos, têm alardeado como se este ajuste no sistema fosse um “pacote do mal”, uma “desumanidade” contra o trabalhador, dentre tantas outras frases de efeito, porém, estes mesmos evitam de fazer uma analise mais ampla que envolve os avanços tecnológicas que estamos vivendo.
Dentre muitos outros fatores, a robotização tem sido responsável pela supressão de muitos postos de trabalho ao mesmo tempo que eleva produtividade e os volumes de produção, ou seja, mais bens produzidos com menos serem humanos operando maquinas e mais baratos. Se adicionarmos uma outra variável nesta operação que é o envelhecimento da população, em pouco tempo teremos uma proporção maior de pessoas se aposentando do que jovens ingressando no mercado de trabalho. O resultado? Uma bomba relógio!
Segundo reportagem da BBC Brasil de 22 de Janeiro de 2019, em 2004 haviam 10 trabalhadores contribuindo para cada aposentado, hoje a relação é de 7 para 1. Outra proporção refere-se ao percentual de pessoas com 65 anos ou mais em relação aos com idade economicamente ativa que hoje é de 14,3%, mas por volta de 2060 (daqui a somente 40 anos) será de aproximadamente 50%, ou seja, para cada aposentado haverá apenas um contribuinte.
Neste contexto devemos fazer a seguinte reflexão, em especial na preparação das pessoas que queremos bem: vamos prepará-los para terem empregos ou trabalho? Parece a mesma coisa, mas tem sentidos completamente diferentes.
Emprego são buscados por trabalhadores que querem um salário fixo no final do período e aposentadoria depois de alguns anos de contribuição. Trabalho é buscado por profissionais que buscam uma renda para se sustentar, e principalmente estão atentos a tudo que esta acontecendo e nao se acomodam com isso, são verdadeiros camaleões.
Desafiante o cenário a frente? Com certeza sim. Por este motivo destaco uma das competências apontadas pelo Fórum Econômico Mundial como uma das principais competências necessárias para o profissional do futuro que é a capacidade e a disposição de estar sempre aprendendo.
Assim, minha recomendação é que você esteja preparado para buscar trabalho e renda, e pronto para aprender sempre sobre o novo, pois talvez em pouco tempo não tenha mais empregos e muito menos a garantida de aposentadoria.
Saiba Mais
Reportagens da BBC Brasil:
Reforma da Previdência: um retrato das aposentadorias no Brasil em 6 fatos
‘Só reforma da Previdência não será suficiente’, diz economista da OCDE
Mapa do Trabalho Industrial