Para onde queremos ir?
13 de setembro de 2018Museus e a Educação
27 de setembro de 2018Na última semana o tema que abordamos foi referente aos resultados tanto do Sistema Nacional de Avaliação da Educação Básica (SAEB) quanto do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB), e que mostraram o quanto nossos estudantes estão concluindo seus estudos com níveis abaixo do mínimo necessário, tanto no quesito aprendizagem quanto para a formação de cidadãos capazes de promover o desenvolvimento sustentável da nação.
Neste ensejo, a edição 1169 de 19 de setembro de 2018 da Revista Exame dedica praticamente 50 páginas para abordar algumas causas da má qualidade da educação brasileira, bem como apresentar casos de sucesso tanto aqui quanto lá fora, assim, hoje vou destacar alguns pontos chaves segundo esta matéria especial. Ainda mais por que estamos às vésperas de uma eleição em que escolheremos um novo presidente e governador além de deputados e senadores, e são estes “homens públicos” que tem o poder da caneta para melhorar a formação dos nossos jovens ou manter tudo como está.
A melhoria da educação no Brasil passa obrigatoriamente por política públicas definidas no âmbito do congresso, das quais é imprescindível um foco na maior valorização do profissional da educação, currículos do ensino fundamental e médio mais alinhados com as necessidades atuais e que façam sentido, além de proporcionar condições para a profissionalizar a gestão escolar. Há quem defenda ainda a necessidade de mais dinheiro, mas só isso não será o suficiente, pois entre 2008 e 2017 o investimento quase dobrou passando de R117 bilhões anuais sem melhoras significativas nos indicadores. Outro ponto crítico e motivo de muitas discussões ideológicas, é o currículo de formação dos nossos docentes, que hoje privilegia muito mais conteúdos sociais e históricos em detrimento as práticas escolares.
No que tange a investimento, há ainda uma grande distorção em relação ao montante destinado para as séries iniciais do ensino fundamental e do ensino superior. No Brasil investe-se praticamente 3 vezes mais em universidade públicas do que na alfabetização de novos alunos. Para se ter uma ideia, cada aluno do nível superior custa por volta de U3.800 anuais. Ponto de reflexão: sabemos que atualmente quem acessa as universidades públicas por vestibular na sua maioria não são oriundos de escolas públicas, então, será que estamos direcionando o dinheiro para quem mais precisa?
Corroborando com estes dados, bons exemplos de melhoria nos indicadores de educação ocorrem justamente em estados e municípios que optaram por investir mais e melhor nas séries iniciais, preparando estes alunos para concorrerem em melhores condições com os formados em outras redes.
E para citar um exemplo positivo externo, Portugal teve uma grande evolução nos exames internacionais em poucos anos. Qual foi a receita? Focar em um currículo mais focado e com maior tempo dedicado ao ensino de matemática e português, disciplinas básicas para o entendimento de todas outras.
Este é outro assunto que não se extingue com estes poucos parágrafos, e com certeza no futuro voltaremos a revisitá-lo.
E para concluir, o ponto chave é a avaliação concretas das propostas dos nossos candidatos para a educação de nossos filhos. Cuidado! Procure distinguir o que é concreto do que simplesmente é uma promessa “fake News”.
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Homeschooling
Geralmente estamos acostumados a associar os julgamentos do Supremo Tribunal Federal (STF) a questões políticas, de habeas corpus, entre outros temas espinhosos. Acontece que na última semana o tribunal teve em pauta um outro assunto também de grande importância, porém pouca manchete foi dada para tal. Este assunto era para decidir sobre a legalidade do “homeschooling” no Brasil.
Antes de mais nada é importante contextualizar que “homeschooling” é um termo derivado da língua inglesa que significa Educação Familiar, e que possibilita os pais educarem seus filhos em casa sem a necessidade de matriculá-los em uma escola, e já é adotado em diversos países. Nos Estados Unidos, por exemplo, estima-se que mais de 1,7 milhões de alunos entre cinco (5) e dezessete (17) anos sejam educados em casa.
Muitos são os argumentos dos que defendem este método de ensino, desde evitar bullying, garantia de integridade física e psicológica, como alternativa as dificuldades na formação nas escolas regulares, flexibilidade de horários, dificuldade de mobilidade em grandes centros, além de alinhar o estudo para além dos livros por meio de viagens, isso só para citar alguns. Por outro lado, os que são contra justificam que a didática de ensino é responsabilidade da escola, que por mais que os pais possam ter “boa vontade” nem sempre terão a formação necessária, além de que a falta do convívio com outras crianças com crenças e origens diferente, pode prejudicar a formação moral e psicológica deste estudante.
Ao fim do julgamento o STF decidiu pela não autorização da Educação Domiciliar por nove (9) votos a um (1), contudo a maioria dos que votaram contra entendem que poderá ser autorizado no futuro desde que seja criada uma lei que permita avaliar o aprendizado bem com a socialização deste educando. Desde 2012 tramita no congresso projeto de lei semelhante, porém sem aprovação pelo senado e pela câmara.
Por mais que nós educadores tenhamos inúmeras restrições sobre este modelo de ensino, o fato é que com todo desenvolvimento das tecnologias educacionais, obrigatoriamente o Brasil deverá revisitar este tema e reavaliar a proibição ou não.
E você, o que pensa a respeito?
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