Seu Filho ficou em Recuperação?
6 de dezembro de 2018Jovens: usuários e programadores de tecnologia
20 de dezembro de 2018Na última semana mais um passo importante para o incremento na qualidade da educação Brasileira foi dado, pelo menos na teoria, que foi a aprovação pelo Conselho Nacional de Educação – CNE da Base Nacional Comum Curricular – BNCC do Ensino Médio. O BNCC fornecerá a orientação para o currículo de todas as escolas públicas e particulares do país, e como tem caráter normativo não precisará de aprovação do congresso nem de sanção presidencial, somente da homologação pelo Ministro da Educação e deve entrar em vigor em todos os estados até o ano de 2022. É bem verdade que desde 2015 quando a primeira versão da BNCC foi apresentada até o momento da aprovação da versão final neste dia 04 de Dezembro, houveram muitas manifestações contrárias e a favor, e com certeza se a discussão perdurasse por mais tempo ainda assim não haveria um consenso.
Já abordamos este tema em uma coluna anterior, porém, dado a importância do assunto faz-se necessário trazê-lo novamente para todos tenham ciência do que irá mudar com esta aprovação, e como isso poderá impactar positivamente na formação de nossos jovens no Ensino Médio. Antes de mais nada é pertinente relembrar que até a construção da BNCC o Brasil não possuía um currículo nacional obrigatório, ou seja, considerando que as únicas disciplinas obrigatórias no ensino médio eram português, matemática, artes, educação física, filosofia e sociologia, cada estado poderia trabalhar com suas cargas horárias e distribuição de forma diferente e assim, alunos de estados diferentes estudariam conteúdos que não necessariamente fossem os mesmos.
Uma mudança significativa foi que entre as 13 disciplinas hoje constantes na matriz curricular do Ensino Médio apenas o português e a matemática se mantiveram como disciplinas isoladas e ofertadas nos 3 anos do ensino médio com carga horária obrigatória, as demais passam a ser organizadas como áreas do conhecimento conforme segue:
* Linguagens e suas Tecnologias (Arte, Educação Física, Língua Inglesa e Língua Portuguesa)
* Ciências da Natureza e suas Tecnologias (Biologia, Física e Química)
* Ciências Humanas e Sociais Aplicadas (História, Geografia, Sociologia e Filosofia)
A reforma do Ensino Médio aprovada em 2017 prevê que 60% do Novo Ensino Médio seja de conteúdos previstos no BNCC e os outros 40% do currículo deve ser ofertado em uma das cinco áreas dos itinerários formativos.
Em um tempo em que as transformações tecnológicas ocorrem em uma velocidade como nunca antes visto, e que na maioria dos estados o Ensino Médio ainda vem sendo ofertado da forma tradicional há décadas, pelo menos na rede pública, é de se entender por que já não atrai a atenção dos nossos jovens e que apresenta uma alta taxa de evasão neste ciclo de formação.
Esta mudança certamente não será fácil, pois precisaremos acima de tudo “re-formar” nossos professores que há anos trabalham nas suas disciplinas isoladas e nem sempre fazem conexões com as outras áreas do conhecimento e o mundo do trabalho. E observem que não estamos falando sobre a qualidade de ensino destes docentes, e sim, como foram formados e orientados para trabalhar até hoje. E talvez a grande mudança na foram de trabalhar os conteúdos, será exatamente em como os mesmos serão integrados, como por exemplo, fazer a “resolução de um problema” ambiental utilizando os conhecimentos de física, química e biologia de forma integrada, e não simplesmente equações isoladas apenas para “aplicar as fórmulas”.
Este é mais um daqueles assuntos que renderiam páginas e mais páginas de discussão, mas o que procurei passar aqui é o grande impacto positivo que poderá ter na sociedade a longo prazo, desde que todos passem a realmente fazer esta integração acontecer.
Itinerários formativos
As redes de ensino terão autonomia para definir qual ou quais itinerários irão ofertar em casa escola. Os itinerários formativos são o conjunto de várias estratégias de estudos, com a oferta de disciplinas, estudos dirigidos, projetos, situações de aprendizagem, oficinas entre outros, em que os estudantes poderão escolher no ensino médio e visam aprofundar os estudos em uma área específica. Com isso, um aluno que pretende fazer um curso de engenharia, por exemplo, poderá aprofundar seus estudos em matemática e suas tecnologias ou até mesmo optar por um em um Curso Técnico correlato com sua próxima formação. .
* Linguagens e suas tecnologias
* Matemática e suas tecnologias
* Ciências da natureza e suas tecnologias
* Ciências humanas e sociais aplicadas
* Formação técnica e profissional
Leia mais textos desta coluna em: http://bit.ly/fernandopitt
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