Conversas Privadas Seguras
11 de julho de 2019A Tecnologia e o “Tempo Relativo”
23 de julho de 2019Para alguns tudo não passa da “teoria da conspiração” e de encenação entre Hollywood e a NASA. Já para Armstrong foi “um pequeno passo para o homem, e um salto gigante para a humanidade”, pois a história conta que há exatos 50 anos estava em curso a missão “Apolo 11”.
A missão partiu da Terra no dia 16 de Julho de 1969 (há 50 anos), e depois de uma viagem de 3 dias pelo espaço entrou na órbita lunar. Concluídas as manobras necessárias, das quais o desacoplamento do módulo “Eagle” do módulo de comando e serviço “Columbia”, enfim os astronautas Neil Armstrong e Buzz Aldrin pousaram em “Mare Tranquillitatis” (Maré Tranquila) na região da face visível da Lua, e às 2h56min do dia 21 de Julho de 1969 Armstrong finalmente foi o primeiro homem a pisar na superfície lunar, seguido por Aldrin, e lá permaneceram por aproximadamente 2h15min, tempo suficiente para recolhe mais de 21,5 quilos de materiais e desenvolver algumas pesquisas. Junto com eles estava o astronauta Michael Collins que ficou em órbita controlado o módulo “Columbia”.
Uma pergunta que pode surgir em sala de aula, e também na mente de nossos leitores, é a seguinte: “Porque, depois de 17 missões do Programa Apollo (1961 a 1972), das quais 11 tripuladas e destas 6 pousando em superfície lunar levando 12 astronautas a pisar no nosso satélite natural, nem os Estados Unidos nem mesmo outro pais enviou homens novamente à Lua?”.
Antes de mais nada, é relevante destacar que os custos de um programa como este são elevadíssimos, para se ter uma ideia, o projeto Apollo consumiu mais de US 107 bilhões (se atualizar este valor para 2016), além do que, os riscos envolvidos também são muito grandes, por exemplo, em Apolo 1 um incêndio na cabine durante um ensaio de lançamento matou os 3 tripulantes, e em Apollo 13, uma explosão no módulo de serviço durante a viagem impediu que pousassem, mas felizmente seus tripulantes conseguiram voltar vivos à terra. E o mais importante, pelas amostras que foram recolhidas e pelas missões Apollo 11, 12, 14, 15, 16 e 17, mostraram não ser economicamente viável (custo x benefício) continuar com este tipo de exploração, pelo menos naquele momento.
Mas então, se é caro, e “não vale a pena”, porque gastaram bilhões de dólares para chegar lá?
Temos que contextualizar resposta com face ao cenário geopolítico – econômico da época, em que Estados Unidos e União Soviética competiam entre si, e o planeta estava em plena “Guerra Fria”, e ainda, que embora os EUA tenha levado os primeiros homens à pisar em face lunar, foi a antiga União Soviética quem primeiro chegou lá, pois havia enviado ainda em 1959 o veículo espacial Luna 2 que se chocou propositalmente contra a superfície lunar recolhendo dados durante este trajeto e, o Luna 3 no mesmo ano, o qual fez as primeiras fotos da face oculta da lua. E que também na briga pela conquista do espaço foi a mesma União Soviética a primeira nação a colocar um satélite artificial em órbita terrestre em 1957, o “Sputnik 1”, e a enviar um animal ao espaço (a cadela Laika) também em 1957 no “Sputnik 2” além de ter o primeiro “cosmonauta” a orbitar a terra, o soviético Iuri Gagarin em 12 de abril de 1961.
Então a chegar à Lua com um homem Americano antes de um Russo era uma questão de “ser o primeiro” nesta conquista (já que as outras haviam perdido), além de se afirmar como a nação mais poderosa na conquista espacial, e naquele momento não se conhecia todo o potencial que dominar o cosmos poderia trazer para esta. Quem dominasse o lançamento de satélites e viagens espaciais, por exemplo, também seria capaz de lançar armas nucleares intercontinentais e lançar todos os tipos de satélites espiões (o que de fato ocorreu na sequência do desenvolvimento tecnológico). E além do mais, ambas as nações trabalhavam intensamente para criar a percepção por parte de sua população, e de outras nações, do seu poderio militar. Uma espécie de “ser”, mas acima de tudo: “parecer ser!”. Ou seja, o motivo principal era mostrar que era capaz de “chegar lá” e não necessariamente “explorar” o espaço conquistado.
Como estamos na “semana” que se comemora cinquentenário desta viagem espetacular, na próxima semana voltaremos a dedicar este espaço para enumerar alguns dos avanços tecnológicos que a humanidade obteve a partir da corrida espacial que antecederam e que sucederam o “Programa Apollo” e de tantos outros que se dedicaram a conquista espacial. E de uma coisa todos podemos ter certeza, em nenhum outro período da humanidade a tecnologia e as comunicações evoluíram tanto quanto em épocas de guerra, sejam elas “quentes” ou “fria”.
A propósito, o homem está se preparando para ir novamente à Lua nos próximos anos e também para Marte, e certamente empresas privadas estarão envolvidas nestas novas missões.
Saiba Mais