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18 de outubro de 2018Criatividade ou Repetibilidade
1 de novembro de 2018Quando se fala em valorização docente, a primeira coisa que vem à cabeça de quem está ouvindo é a necessidade de aumentar salários. Sim, isto faz parte e com certeza é um dos principais critérios para que possamos dar condições mínimas para que nossos educadores possam se dedicar a formação de seus educandos, mas não é tudo. Existem muitas outras necessidades que por vezes são ignoradas neste contexto, e uma delas é a formação continuada, seja por meio de cursos rápidos ou de formações mais completas.
Um exemplo disso, é uma pós graduação ofertada por uma instituição do estado para seus docentes intitulada de “MBI em Educação para o Profissional do Futuro”, que visa qualificar os docentes para os desafios de ser professor no século XXI onde a tecnologia se faz presente em tudo na nossa vida, inclusive em sala de aula, e que nosso aluno a cada dia que passa “exige” novas formas de aprendizado além do tradicional “fala e giz”. No dia 15 de outubro promoveu uma aula especial com os alunos das turmas já iniciada com transmissão on line para todo estado, e neste grande encontro foram convidados os palestrantes Murilo Gun e Luis Rasquilha para falar de tecnologia, educação e criatividade. Ao final da fala de ambos tive a honra de conduzir uma roda de conversa com eles. Como foram mais de 3 horas de muito aprendizado, neste texto vou apresentar as principais reflexões apresentadas pelo prof. Luis Rasquilha.
Vivemos grandes mudanças no início deste século, além de como afirma o físico e escritor americano Chris Anderson: “Não vivemos uma era de mudanças. Vivemos uma mudança de era!”. Isso é tão verdade, que para efeitos de ilustração podemos citar o tempo necessário para dobrar o conhecimento gerado no mundo, se no ano de 1900 eram necessários 100 anos, e em 1945 somente 25 anos, já em 2013 isso acontecia a cada 13 meses e em 2020 deverá ser a cada 12h. Ou seja, será impossível qualquer ser humano acompanhar todo conhecimento gerado no mundo em apenas meio dia, o que dirá ao longo de sua vida inteira. Você acha que isso é exagero? Talvez até seja, mas já parou para apensar que em poucas décadas nós passamos da fita cassete para o CD, e depois para o mp3 e agora para a virtualização completa de músicas “na nuvem”? O mesmo pode ser dito sobre as fitas de vídeo e locadoras que deram lugar para o streaming de vídeo pela internet, e muitas outras coisas que deixaram de existir e nem sentimos falta, como por exemplo as máquinas fotográficas com filmes.
O grande ponto de virada pode ser considerado o ano de 2007 quanto Steves Jobs apresentou para o mundo o primeiro Smartphone, o iPhone. Nestes 11 anos este “aparelhinho” evoluiu muito e hoje substitui inúmeros outros dispositivos eletroeletrônicos. Você já parou para refletir tudo que pode fazer com seu telefone hoje? E inclusive estudar? Veja a ilustração e com certeza encontrará outras funções a mais que seu telefone também faz.
Nós que temos mais de 30 anos talvez sejamos os últimos indivíduos da espécie Homo Sapiens, pois para o palestrante os nascidos a partir do final dos anos 1990 já estariam formando uma nova espécie, o homo algoritmos (geração conectada) cujos maiores medos são que a internet não conecte ou que a bateria acabe e não possam recarregá-la. Muitos jovens prefeririam ficar sem água em casa, mas não sem internet.
Os novos pesadelos das novas gerações
Estas mudanças todas transformam as relações, tanto que é possível hoje que o cliente saiba mais do que o vendedor, que o paciente vá até o médico sabendo sua docença, e também, que o aluno possa estar mais atualizado do que o próprio professor. Vejamos em números, em apenas 60 segundos são trocadas mais de 38 milhões de mensagens pelo WhatsApp, assistidos mais de 4,3 milhões de vídeos no youtube e são gastos mais de U$862 mil em compras online em todo planeta.
Então professor, neste cenário de mudanças a uma velocidade nunca antes vista, temos que buscar nos adaptar o mais rápido possível, pois caso contrário, correremos o risco de sermos os próximos substituídos pela tecnologia, inclusive por professores on-line de inteligência artificial que já existem e estão em teste.
Como um caminho possível a trilhar, foram apresentadas 5 megatendências em educação para os próximos anos, as quais devemos ficar atentos:
- Empoderamento: como o poder está cada vez mais no aluno, o papel do docente é inspira a descoberta e não reproduzir a “verdade absolula”;
- Experimentação: permitir que o aluno teste e inclusive falhe em sala de aula, só assim o aprendizado será mais completo;
- Ideação / co-criação: permitir que as ideias pulverizadas possam juntar-se e formar conceitos sólidos;
- Nanodegree: acesso a informações certas na hora certa, e não mais carregar grande quantidade de informações para quem sabe um dia utilizá-las;
- Edutech: fazer da tecnologia um aliado, não um inimigo, pois caso contrário ela vencerá.
E uma frase final para reflexão:
“Como você consegue ajudar o seu aluno a ser único? ” Luis Rasquilha
Luis Rasquilha
Luis Rasquilha é natural de Portugal e já morou em 8 países, é presidente e CEO da Inova Consulting e Inova Business School, professor convidado da FIA e colunista da Rádio CBN. Você pode acompanhar seus comentários por meio do podcast: CBN Profissional do Futuro.
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