Um novo tipo de excluídos da sociedade começaram a surgir nos últimos anos. E com a pandemia, sua aparição foi ainda mais acelerada. São os Náufragos Digitais.

Náufrago, segundo a definição, é uma pessoa “abandonada”, “banida” ou “expulsa” da sociedade em que pertence e deixada à deriva ou mesmo em terra firme. Em alguns casos, este isolamento pode ocorrer inclusive por iniciativa própria. Já o digital, nesta expressão, representa o nosso mundo atual onde cada vez mais, robôs e humanos começam a coexistir. Inclusive, trabalhando juntos em alguns casos.

E então, o que são os Náufragos Digitais? Juntando os dois conceitos, é fácil concluir que são os atuais e cada vez mais crescentes, analfabetos digitais. Ou seja, aquelas pessoas que não têm acesso ou não dominam o uso das atuais e das novas tecnologias.

E por que isso acontece? São vários os possíveis motivos, mas vamos enumerar pelo menos 3:

1. Por uma questão social, algumas pessoas não tem acesso a nenhum tipo de tecnologia, pois mal ganham para se alimentar.
2. Ainda que tenham condições de adquirir novos gadgets eletrônicos, pagar por conexões banda larga à internet, entre outros acessos, são indivíduos que moram em localidades que não são servidas por estes serviços. Segundo o IBGE, 1 em cada 4 brasileiros ainda não tem acesso à internet.
3. Porém, existem os náufragos digitais que optam por se isolar por conta própria. E certamente, são os mais prejudicados. Pois têm acesso as tecnologias e conseguem pagar por elas, mas escolhem não aprender a utilizá-las.

Seja pelo motivo que for, a verdade é que estes indivíduos estarão cada vez mais às margens da sociedade e até mesmo, das melhores oportunidades de trabalho e desenvolvimento.

Náufragos Digitais – os novos excluídos

Esta exclusão que já era perceptível até pouco tempo atrás, ficou muito mais evidente durante a pandemia. Onde um grande contingente de náufragos digitais foi revelado. Eles já existiam, mas até então conseguiam passar despercebidos na maioria das vezes.

Aulas online. Tele trabalho. Vídeos conferências. Lives de shows. Pedir comida ou fazer compras pelos aplicativos. E até mesmo ganhar dinheiro com empreendedorismo digital, exigem um mínimo de infraestrutura. Um computador e/ou celular e também acesso à internet. Isso é o mínimo.

Mas de nada adianta ter acesso à internet à jato e um celular de R$12 mil, se não souber nem mesmo baixar um aplicativo, espelhar a tela na TV, ou utilizá-lo para mais do que simplesmente enviar mensagens e acessar as redes sociais.

Mas não é só isso. Dominar minimamente o uso dos gadgets mais recentes é o mínimo necessário. Para o desenvolvimento de algumas atividades, como o empreendedorismo digital ou em muitos casos até mesmo seu trabalho normal, é necessário muito mais. Lógica de programação, por exemplo, é uma skill cada vez mais exigida dos recém-formados em praticamente todas as áreas. Só para citar uma.

 Não fique à deriva

Estar à deriva do mundo digital não é uma boa ideia. Ainda mais quando ela acontece por opção da própria pessoa. Não gostar de tecnologia e ainda se vangloriar que “não sabe usar essas coisinhas e não quer aprender”, será muito prejudicial tanto para o presente quanto para o futuro.

E em tempos de retorno às aulas presenciais no modelo híbrido, como está o investimento no mínimo de infraestrutura no seu lar? Para muitos, computador e internet passou a ser um item de primeira necessidade. E para você quais são suas prioridades?