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Recentemente a Fundação Municipal de Educação de Tubarão anunciou a implantação de “espaços makers” nas escolas municipais da cidade e a adesão ao “movimento maker”. Sem sombra de dúvida, esta ação se tornará mais um sólido pilar no constante movimento de melhoria dos indicadores educacionais da cidade. Mas afinal, o que isso significa na prática?
O movimento se origina na década de 1950 num período de pós guerra em que o custo de mão de obra estava absurdamente alto, além da escassez dos recursos materiais. Naquele momento surgia o “DIY – Do it yourself” (“faça você mesmo”) que consistia em consertar, montar ou até mesmo fabricar algo por conta própria utilizando materiais alternativos e adaptações criativas.
Com o surgimentos dos primeiros computadores na década de 1970 um novo passo foi dado, e o impulso final ocorreu no início dos anos 2000 com o surgimento de revistas e feiras especializadas para os “fazedores” e o lançamento das primeiras impressoras 3D.
Movimento Maker na Educação
Seja utilizando as chamadas salas makers, ou mesmo espaços convencionais, o movimento visa aproximar a teoria da prática com exercícios e atividades interdisciplinares além de práticas diversas que induzem os educandos a exercitarem a criatividade, trabalho em equipe e a solução de problemas.
Seja com robótica lego, arduíno, marcenaria ou utilizando materiais recicláveis, a expressão “o que vamos construir hoje” é a cultura que deve prevalecer tanto entre os professores quanto nos alunos.
Os ganhos do envolvimento dos alunos neste processo diferenciado de ensino são muitas, assim, vamos enumerar algumas:
- Aumentar o interesse do estudante, uma vez que as práticas dão “sentido” aos conceitos teóricos;
- Estimula o pensamento crítico;
- Encorada o protagonismo;
- Fomenta a busca por soluções de problemas complexos;
- Aproxima o aluno das mais diversas tecnologias;
- Desenvolve o espirito empreendedor;
Desafios do Movimento Maker
Indiscutivelmente os ganhos são plenos e mensuráveis. Todavia, para alcançá-los se faz necessário ter investimentos financeiros e de tempo para mudar a cultura relacionada a sala de aula “tradicional”.
Como se faz isso?
Um dos primeiros passos é qualificar os docentes para este novo universo de aprendizagem, transformando-os de detentores de conhecimento para mentores. E o passo seguinte, talvez o mais importante, é empoderar os alunos. Contudo, esta autonomia deve ser concedida atrelada ao aumento de responsabilidade dos mesmos.
As atividades em espaços makers sempre devem ter clareza nos objetivos de aprendizagem, bem como, garantir a participação efetiva dos aulos como autores. Estas aulas jamais podem ser vistas apenas como um “hobby” ou “passa tempo”, pois se isso ocorrer perde todo sentido sua existência.
Movimento Maker na Cidade Azul
Além da rede municipal que está ingressando neste grande movimento, há diversas escolas de Tubarão que já trabalham com este conceito há muitos anos. Algumas delas oferecem atividades de forma integrada no próprio calendário escolar e outras como oficinas em horários alternativos.
Algumas escolas inclusive disponibilizam estas formações de contra-turmo para toda a comunidade.
Por fim, independente de ser em uma escola pública ou privada, de forma integrada ou no contra-turno, o mais importante ter em mente que muito mais do que um ambiente destinado para o “maker”, é necessário fomentar a cultura do faça você mesmo.
Texto publicado originalmente no Portal Notisul em 20 de Fevereiro de 2020
https://notisul.com.br/tecnologia-e-educacao-fernando-darci-pitt