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DeepFake:
A facilidade de falsificar um texto e atribuir a terceiro é tamanha, que qualquer um de nós com poucos cliques pode instalar em no smartphone ou computador programas que simulam os principais mensageiros instantâneos e plataformas de mídias sociais, e então criar todos os tipos de conversas que podem incluir fotos / vídeos, áudios, tick de mensagem enviada, não lida / lida, dentre muitas outras características para dar “ar de verdadeira” para sua “conversa fake”. Por fim, basta “printar” a tela e sair divulgado a maldade. (ATENÇÃO: Isso é crime, apenas exemplifiquei a simplicidade neste texto para que você leitor fique atendo e desconfie de todos tipos de “revelações bombásticas”).
Se a manipulação proposital de um texto, foto ou uma publicação falsa em mídia social já pode causar muita dor de cabeça e até mesmo causar danos irreparáveis, seja para personalidades conhecidas ou mesmo para pessoas comuns, agora imagine fazê-lo também na forma de áudio ou vídeo, o que daria maior “sinais de veracidade” e dificultaria muito para serem desmentidos. Infelizmente isso já é possível.
Este tipo de manipulação de mídias denomina-se de “deepfake” (falsificação profunda) e utiliza o que há de mais moderno e avançado em inteligência artificial e processamento de máquinas. O termo foi utilizado pela primeira vez em 2017 e é uma associação entre “deep learning” (aprendizado profundo) e “fake” (falso).
No caso de vídeos, o programador fornece centenas ou até milhares de fotos e vídeos do seu “alvo” para que a “máquina aprenda” como a face da pessoa se movimenta e até mesmo como reage a sombras e luzes. O mesmo ocorre com o vídeo original, até que o programa seja capaz de estabelecer um ponto em comum entre o verdadeiro e o falso, e então seja capaz de processar a imagem da pessoa “A” como se fosse de “B”. O mesmo ocorre com a voz, onde várias amostras são fornecidas para que o software aprenda e reproduza até mesmo “cacoetes” fonéticos como sendo originais.
Embora mais de 96% dos vídeos produzidos com deepfake tenham conteúdos pornográficos, também circulam com políticos e personalidades conhecidas, sejam em tons de “brincadeira” ou mesmo de “desmoralização”. Por outro lado, há quem defenda sua utilização no cinema, onde seria possível “concertar” falas e cenas equivocadas sem a necessidade de regravar tudo novamente.
Mesmo com tamanha acessibilidade, não se sabe se por ingenuidade, ou maldade mesmo, parte da imprensa brasileira de tempos em tempos produz matérias “explosivas” divulgando supostas conversas atribuídas a membros de uma das maiores operações de combate à corrupção no país dos últimos tempos, diálogos estes que foram obtidos por meio de vazamento (roubo de dados) de um mensageiro instantâneo. Motivos para desconfiar da sua veracidade não faltam, pois, as mensagens nunca foram periciadas, nem na sua origem e muito menos no conteúdo e forma, além do que, como exposto acima, seria muito fácil tanto criar quanto manipular sequência e sentido das frases dos textos divulgados.
Assim, na próxima vez que você ler, ouvir, ou até mesmo ver algo muito estranho atribuído a alguém, se pergunte se realmente é verdadeiro ou não passa de uma maliciosa montagem com a clara intensão de prejudicar uma pessoa ou um grupo de indivíduos. Fique atendo!
Texto publicado originalmente na Revista Única (http://www.lerunica.com.br/)
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