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27 de junho de 2019
Com o lançamento dos Smartphones e dos aplicativos que temos acesso hoje, como os mensageiros instantâneos e os de notícias, o mundo todo ficou muito mais conectado e com potencial de saber em tempo real tudo que está acontecendo em qualquer parte do planeta. Associado as facilidades da tecnologia com a necessidade do ser humano de se sentir “pertencente” a algum grupo / tribo, mais e mais vimos as comunidades digitais se proliferando e crescendo.
Como discutimos nas últimas semanas, no intervalo de apenas 1 minuto, quase 60 milhões de mensagens são trocadas (somente no WhatsApp, Facebook Messenger e SMS), mais de 188 milhões de e-mails enviados, além de quase 88 mil novos twitters. Não podemos esquecer que temos ainda dezenas de outros mensageiros instantâneos e plataformas de mídias sociais, o que torna a distribuição de conteúdo praticamente incontrolável.
E é exatamente neste contexto que surgem as chamadas “Fake News”, que nada mais são do que notícias falsas distribuídas como se fossem fatos reais para bilhões de pessoas ávidas para “participar”, nem que seja reencaminhando o que acaba de receber no WhatsApp.
O termo em si foi cunhado no ano de 2016 durante a eleição americana entre os candidatos Donald Trump e Hillary Clinton, em que notícias com conteúdo falsos ou manipulados eram compartilhadas por meios eletrônicos. Mas esta prática é muito mais antiga do que podemos imaginar, embora com outros nomes, o que acontece é que agora ela encontrou um meio ideal para se propagar praticamente na “velocidade da luz”, ou melhor, dos circuitos eletrônicos.
Os propósitos de uma Fake News, podem ser muitos, desde uma simples brincadeira até mesmo mudar o curso de uma nação, passando por injuria de pessoas de bem e danificar a imagem de empresas sérias.
Um exemplo de entretenimento, sem motivos obscuros aparentes, ocorreu a mais de 80 anos, quando na noite de domingo de 30 de outubro de 1938 pela emissora Columbia Broadcasting System (CBS) nos Estados Unidos, na época de ouro do rádio, o radialista Orson Welles e a companhia teatral Mercury Theatre on the Air narraram de forma dramatizada uma adaptação do livro A Guerra dos Mundos, de H. G. Wells. Embora houvessem avisado no início da transmissão que se tratava de uma obra de ficção científica, estima-se que mais de 6 milhões de ouvintes tenham acompanhado o programa com 1 hora de duração, sendo que mais da metade começaram a ouvir depois do início, e que destes, mais de 1,2 milhões de fato acreditaram que se tratava de uma invasão real de “marcianos” na terra. Acontecimento este que marcou a história do rádio, e também levou muita gente para os hospitais por crises nervosas. Evento parecido aconteceu em 1971, quando do aniversário da rádio difusora de São Luís (Maranhão) uma programação similar foi transmitida, causando muito pânico e inclusive o fechamento do comercio do centro histórico de São Luís. Nestes casos, aparentemente não se tratava de um Fake News planejada, apenas uma brincadeira, mas com efeitos reais danosos.
Já na questão de mudar o rumo de algum acontecimento, como a política de um país, temos um exemplo real e muito conhecido no Brasil, o Sr. Assis Chateaubriand, o Chatô. Entre os anos de 1930 e 60 foi dono do maior conglomerado de mídias da América Latina, e entre suas formas de agir, não faltavam acusação contra ele de insultar ou criar mentiras contra empresários e/ou políticos com interesses diferentes dos seus.
Infelizmente presenciamos ainda, a grande mídia nacional e internacional muitas vezes manipulando manchetes com o interesse de favorecer ou prejudicar personalidades específicas. Fazem isso escrevendo manchetes direcionadas e/ou matérias com vieses tendenciosos, ou ainda divulgam “diálogos” ou “documentos” totalmente fora do contexto e de ordens cronológicas, dando assim um novo sentido as falas.
Teríamos inúmeros outros exemplos, desde a era pré-cristã até os dias atuais, mas para ser mais direto, vamos nos concentrar em como nos proteger e evitar de sermos nós os grandes distribuidores de notícias falsas.
Como os principais meios de distribuição hoje são os smartphones, que nos acompanham 24h por dia, sempre que receber um novo “furo de reportagem” ou algo “exclusivo”, comece a desconfiar. É sabido que a mídia tradicional tem seus próprios interesses, então é realmente possível que esteja recebendo alguma informação complementar a algum assunto censurado no “Jornal das 8”, mas também é possível que se trate apenas de notícia falsa ou alarmista.
Então, antes de mais nada, não acredite de pronto em tudo que você recebe, seja nas mídias sociais ou por meio dos mensageiros instantâneos. Se a mensagem começar com uma frase do tipo “Veja antes que eles apaguem …”, “Eles não querem que você saiba …”, este tipo de texto já indica que estão querendo que você compartilhe o quanto antes, então provavelmente é uma Fake News.
Ao receber ou ler uma notícia destas, a primeira coisa que você deve fazer é consultar diretamente na fonte Se ela vir como sendo de um grande jornal, é muito mais fácil, basta acessar o site, perfil, ou mesmo o twitter desta fonte e conferir se a matéria está lá.
Para outras notícias que não tem como serem checadas na fonte, a sugestão é consultar em outros meios. Existem sites especializados em consultar a veracidade de um fato. Um dos mais conhecidos é o “e-farsas” (www.e-farsas.com), que desde 2002 se dedica a desmistificar boatos na internet. Tem ainda o “Boatos.org” (www.boatos.org), “aos fatos” (https://aosfatos.org), dentre muitos outros. Se mesmo assim não encontrou nada a respeito da sua dúvida, então de uma “googlada”, que certamente haverá alguma informação lá.
Por fim, mesmo se a informação for verídica, reflita se é realmente necessário continuar com esta corrente de compartilhamento.
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