Você é um “Aprendedor”?
23 de agosto de 2018O Brasil passa por um momento de profundas transformações, sendo que as reformas tanto trabalhista como previdenciária são apenas algumas destas. Em virtude disto, surgem em todos os meios ferrenhas discussões, na sua maioria absoluta apenas de cunho ideológico e não técnico, onde alguns grupos assumem o papel de criticar estas mudanças e atribuir a elas as dificuldades que o povo brasileiro passa. Porém, não sei se propositalmente ou por mero desinteresse, comumente se negligencia um dos principais motivos para o aumento do desemprego e para os muitos empregos que ainda desaparecerão.
E aqui não estamos falando das possíveis consequências negativas das reformas trabalhista ou previdenciária, e sim, da evolução e revolução tecnológica que tem sido responsável por profundas alterações no modo de viver dos cidadãos. Em virtude das facilidades que principalmente os smartphones proporcionam, aliados a uma rede altamente interconectada, muitas coisas já mudaram no dia a dia das pessoas, desde como chamam uma locomoção (Taxi, Uber, Cabify, etc), até a forma de fazer compra sem sair de casa.
Este desenvolvimento tecnológico muito acelerado que observamos hoje é um dos principais responsáveis pela automatização de muitos processos, o que acarreta na eliminação de milhares de empregos, principalmente os braçais e os de tarefa repetitiva. E olhem que nem estamos falando das novas “revoluções” que ainda estão se materializando como: a internet das coisas, a inteligência artificial e o BigData, só para falar de alguns.
Neste mundo que a cada dia as pessoas e máquinas tornam-se mais interconectados, em que a automatização começa a estar presente até mesmo nas coisas mais simples, como por exemplo fazer um café, necessariamente precisaremos de profissionais que estejam habilitados para operar esta realidade do “presente”, pois caso contrário perderão sua vaga para um robô. Porém, os indicadores na área educacional não são nada favoráveis.
Segundo o IBGE, em 2014 no Brasil dos mais de 9 milhões de estudantes do ensino médio, apenas 812 mil frequentavam um curso técnico, o que dá algo em torno de 9%. Como referência, temos países europeus que este percentual varia entre 50 a 76%.
Segundo a mesma publicação, temos situações ainda mais críticas, como mais de 13 milhões de pessoas com mais de 15 anos de idade que ainda são analfabetos e quando consideramos a faixa da população com mais de 60 anos, a taxa de analfabetismo sobe para 23,1%.
Outro dado preocupante é a média dos anos de estudo, que no Brasil era, em 2014, de 7,7. Ou seja, não é tempo suficiente nem mesmo para concluir o ensino fundamental. Quando consideramos apenas Santa Catarina, os indicadores tornam-se um pouco melhores, por exemplo, temos 59% dos trabalhadores da indústria catarinenses com a escolaridade básica completa (ensino fundamental e médio). Em Tubarão este contingente de trabalhadores sobe para 67,75%, mas em contrapartida em uma cidade vizinha apenas 27,7% dos trabalhadores do setor industrial possuem a escolaridade básica concluída.
Poderia ser explorado muitas outras estatísticas e exemplos de tecnologias, mas os já citados são suficientes para iniciar uma reflexão sobre os rumos que precisamos tomar em relação a formação de nossos trabalhadores. E esta passa obrigatoriamente pelo aumento da escolarização básica (anos de estudo), acompanhadas por uma formação técnica condizente com sua atuação profissional, sucedida pela formação acadêmica, e sempre reforçada por cursos de aperfeiçoamento.
Concluindo, entendemos que mesmo que concordamos ou não, a verdadeira transformação das relações de trabalho está somente no começo, é tecnológica e exigirá uma maior qualificação do trabalhador, seja para o setor que for.
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